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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Homem gosta que lhe chamem Camelo

10h33m
Um homem de Santa Marta de Portuzelo, em Viana do Castelo, conseguiu aos 65 anos concretizar um sonho que acalenta há décadas: ser chamado de Camelo.

"Neste momento, só falta a assinatura do ministro da Justiça para ser um Camelo a sério, de pleno direito", disse à Lusa, António Martins da Rocha. O empresário não escondeu a ansiedade que sente "por ver chegar o dia em que poderá, finalmente, acrescentar no seu bilhete de identidade" o nome daquele animal.

"Todos me conhecem por Camelo mas só agora, aos 65 anos, é que me vou transformar num Camelo de verdade", graceja António, sublinhando que, quando isso acontecer, vai festejar como se do "baptizado se tratasse".

António Martins da Rocha nasceu a 15 de Fevereiro de 1943, mas os pais foram "terminantemente proibidos" por um padre amigo da família de o registar como Camelo, que era o último apelido da mãe.

"Nessa semana, a minha mãe tinha tido uma zanga muito forte com esse padre, que era quem mandava na quinta onde os meus pais viviam. No dia em que eu nasci, o padre deu ordens expressas ao meu pai para não me pôr Camelo no apelido. Disse que era preciso acabar com a raça dos Camelos. E o meu pai cumpriu, porque nesse tempo os padres tinham muito poder", afirma.

"Aí sim, aí é que eu fui um grande Camelo"

Mais tarde, e sem quaisquer pressões do clero, António Rocha acabou por cometer "um erro crasso", ao não dar o apelido de Camelo aos seus dois filhos. "Aí sim, aí é que eu fui um grande Camelo", salienta.

No entanto, já conseguiu "meter" o apelido nos nomes das duas netas e confessa que os próprios filhos estarão também dispostos a seguir-lhe as pisadas, para reconstruir assim "uma grande família de Camelos" em Santa Marta de Portuzelo.

O fascínio de António Rocha pelo apelido é de tal forma forte que, quando abriu uma unidade de restauração, há 25 anos, não hesitou "nem um segundo" na escolha do nome: Restaurante Camelo. "O meu maior orgulho é quando os meus clientes soltam um 'ah, grande Camelo', no final de uma refeição. É sinal de que ficaram a gostar", refere.

Apelido transforma insulto em saudação

O apelido sempre pode dar azo a momentos de algum humor, como aconteceu um dia em Braga, com um tio de António Rocha, que tem Camelo no nome. "Ele ia a conduzir e fez uma grande asneira, e de um carro ao lado chamaram-lhe camelo. Ele virou-se para mim e disse-me: Estás a ver? Até em Braga me conhecem", contou, com humor.

Para António Rocha, este apelido, tem "a vantagem" de transformar um insulto numa saudação.

A ideia de mudar de nome já era acalentada há décadas mas só avançou após um jantar no restaurante de António Rocha, que juntou à mesa alguns deputados, os quais se prontificaram imediatamente a tratar de todo o processo burocrático.

"Já ando nisto há mais de quatro meses, com papéis e mais papéis, mas para ser um verdadeiro Camelo estou disposto a tudo. O processo vai ficar-me por uns 40 contos [200 euros], mas nem que fossem 400 eu avançava na mesma. Quero ser Camelo e tenho a certeza que o vou ser aos 65 anos", rematou.



Via : Jornal Noticias

2 comentários:

astuto disse...

Podia dar-lhe para pior! Mas antes Camelo do que que Burro!

Cumprimentos, camarada.

Anónimo disse...

Tb n me puseram o nome Carneiro k vem da parte da minha mae...axo k vou tratar do axunto ja k a moda dos animais ta a pegar...

 
TNB